segunda-feira, 14 de junho de 2010

Memória III - Os Escritores


Orientados pela batuta do ativista cultural, professor Nilton de Souza, o popular Tim Mirim, muitos jovens escritores foram precursores da chamada Literatura Monlevadense. Eles iniciaram um movimento de valorização da produção literária local nas décadas de 70 e 80. Além de produzirem literatura, esse grupo realizava montagens tetrais e se propunha a fomentar a cultura na cidade.
No entanto, um trio formado por Joel da Páscoa, Geraldo Magela e Wir Caetano se propôs a romper com os limites de Monlevade e criou a Revista Rebu, uma espécie de revista panfleto, que tinha laços com a emergente literatura marginal, que tomava conta do cenário brasileiro. Não entendam mal. Marginal aqui tem sentido literal de estar à margem, ou seja, os escritores que não tinham editoras, criavam meios alternativos para publicação de seus trabalhos. Essa geração também ficou conhecida como geração mimeógrafo, a mesma que escrevia e editava seus textos.
A Rebu comemora 30 anos de lançamento em 2010, embora não tenha mais circulação. Ela foi a primeira revista monlevadense a criar laços com escritores de outras cidades mineiras e ainda com outros estados brasileiros. Publicando textos de outros autores, a revista tinha, já naquela época, o espírito que move as redes sociais que hoje fazem sucesso na internet: a elaboração de uma conexão direta com o cenário literário nacional.
Os outros escritores da cidade, por sua vez, reunidos no Grupo de Estudos Literários – Geo também se organizaram para publicar seus livros. Assim, Marcelo Melo, Jaqueline Silvério, João Carlos de Oliveira Guimarães, Tavim Viggiano, Will Jhony, Gehart Michalick, entre outros publicaram seus primeiros trabalhos, com grande repercussão na cidade. Tempos idos...
Tanto a Rebu, quanto o grupo do Geo contribuíram para a efervescência literária e cultural do município. Também, influenciado por essas pessoas, criei junto a um amigo, Marcio Reis, a revista Domínio Publico, em 2000, com o objetivo de divulgar textos e escritos diversos de autores monlevadenses. Inclusive os nossos! A publicação morreu na quarta edição, seguindo uma tendência nacional, de que a maioria das publicações alternativas não sobrevive até o quinto numero. C´est la vie!