segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Memorialismo e política


É senso comum dizer que o povo brasileiro não tem memória política. Por isso, talvez, sejam sempre reeleitos políticos maculados pela corrupção e pelos esquemas sórdidos de beneficiamento próprio. E isso está ligado à falta de um memorialismo revisitado e comprometido com as questões de nosso tempo.
Ao aproximarmos das eleições para as esferas estadual e federal uma pergunta não quer calar: Você se lembra em quem votou para deputado estadual e federal, senador, governador e presidente nas eleições de 2006?
Essa pergunta é séria e pertinente e tem a ver com o nosso fraco e desinteressado olhar para questões políticas e públicas, envolvendo, sobretudo, o legislativo estadual e federal. Enquanto nossa memória não for exercitada, ou seja, enquanto esquecermos em quem votamos, deixando de acompanhar a atuação deste político, projetos votados e propostas de leis, entre outras, vamos continuar omissos e repetindo as lamúrias de que os políticos não fazem nada. E isso, não é bem assim. Vale a pena acompanhar as ações através de sites da Assembléia Legislativa, do Senado e da Câmara dos Deputados.
Eu tenho um amigo que, outro dia, me mostrou todos os comprovantes de votação desde a primeira vez em que ele foi à urnas, em 1989. E o mais interessante, ouvir as explicações dele sobre as razões que o levaram a escolher esse ou aquele político. Além disso, ele falou que tem o hábito de olhar, pelo menos uma vez ao mês, o que o seu político anda fazendo, através dos sites e noticiários. Exemplo a ser seguido.
Ações simples como essa, nos tornam mais preparados para exercemos a cidadania consciente. A memória nos ajuda a sermos seletivos e preparados para manifestar os nosso apoio e nossa opinião a respeito de um candidato que mais tarde se tornará um político com voz ativa em questões importantes de nosso Estado. A escolha democrática de um político é fundamental. Mas também pode ser muito perigosa, quando feita sem responsabilidades e sem compromisso. Uma pesquisa mínima sobre o passado de candidatos novos e velhos da política seria o primeiro passo para votar de forma consciente. Pensemos nisso.