segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A moça

Que linda a moça andando na rua! Parece uma artista de cinema. Parece um sonho que caminha. Ela é ela. A moça que cobre os pensamentos de todos quando passa com a bolsa de lado. A moça é ela e só. Não precisa ser mais nada. É ela quem acende os lampiões do desejo. E todos param só para ver ela passar. Imaginam uma passarela de flores. E ela, nem sabe que é a deusa da rua, a dona do pedaço. A que põe fogo no circo de todos os corações palhaços.

Amanheceres


Amanhece quando a luz invade a escuridão e começa a colorir as horas para que o dia reine absoluto. É um momento de ternura e calma, aliado a um cheiro próprio de renovação. Esse perfume que vem no vento e que a gente recebe como um presente, dá forças para as horas que já se anunciam. O tempo é rápido durante o amanhe cer. Isso torna o espetáculo ainda mais saboroso e bonito de se ver. Por isso, ficamos com aquela expressão de quem não acredita quando ele já está indo embora.
Os amanheceres são lindos. Eles têm aquele som típico dos cantares dos galos, ao longe de nossa cama, que nos fazem acreditar que o mundo ainda está escuro. O amanhecer é qualquer coisa de grande impacto, como uma explosão de cores e de luz, chegando devagar e certamente. É quando não há motivos para as tristezas e onde as alegrias reinam absolutas, feito um reino de crianças.
Eu fico pensando que não existe amanhecer mais bonito do mundo. Todos têm a mesma cor, o mesmo cheiro, os mesmos movimentos iniciais de uma rotina que se anuncia.Quando amanhece, dá uma sensação de reencontro com a pessoa amada. É o dia que nasce trazendo alegria e a certeza de, mais uma vez, tudo será diferente. Basta querer. O amanhecer traz isso tudo no ar.

Em janeiro eu vou ter

Cerveja, praia, planos, ipva, lista de material escolar, ressaca, sensação de recomeço, chuva, faturas caras no cartão, sol, calor, BBB, lista de livros a ler, dietas a começar, sonhos de mudança, dias iluminados, dias chuvosos, noites mal dormidas, pernilongos no quarto, visitas, trocas de presente que não serviram nas lojas, abraços de encontro, abraços de despedida, saudades do ano passado, vontade de ficar o resto da vida de férias, vontade de trabalhar dobrado para o tempo passar depressa, expectativas para o carnaval, beijos inusitados, sono mais leve, encontros com amigos, exames a fazer, planejamento de aulas, ruas molhadas, tempo úmido e quente, sonhos de verão, esperanças, sobretudo, esperanças.

Dezembrando



Fim de ano é assim mesmo. Todo mundo feliz e esperançoso com tempos melhores e de paz... Todo mundo sai às ruas, naquele pós-chuva de fim de tarde, olha as vitrines e aponta para as decorações mais interessantes. Nem sempre se quer comprar alguma coisa, é verdade, mas pinta aquela vontade de ter grana o suficiente para comprar tudo aquilo o que se vê.
Ah, o fim de ano! Suas cores carregadas de brilho, seus dias longos e noites sufocantes, despertam a magia de que algo bom está por vir no ar. Dá uma sensação de que um ciclo está se fechando e que algo novo e especial está despontando no horizonte. Fim de ano é sempre cheio de expectativas.
As cozinhas ficam mais entusiasmadas. Surgem à mesa, aqueles cadernos de receitas com a capa desbotada pelos pés dos anos e os cheiros de rabanadas, doces em calda de figo, de laranja, de cidra ou mamão saem pelas janelas e compõem uma sinfonia com os demais perfumes típicos dessa época: pernis e perus assando nos fornos, o churrasco no terreiro e os cheiros de limpeza que emana das casas.
Falando nisso, todas as casas no fim de ano mudam um pouco a sua personalidade. Ficam iluminadas de todas as formas e as lâmpadazinhas tomam conta da cidade, revelando os sonhos que se guardam dentro dos moradores. E isso é muito legal. Independente da casa, se solene, ou se despojada, se pequenina ou mansão, se no morro ou no bairro nobre, toda casa brilha no fim de ano.
Fim de ano não é um período, mas quase um estado de espírito. Aliás, essa é uma frase típica de se ouvir no fim de ano... As pessoas ficam mais espiritualizadas, fica todo mundo falando de prosperidade, luz, sorte e mandando energias positivas, repletas de sentimentalidades.
Ma o que fica disso tudo é a sensação constante de que o fim de ano é uma dádiva. Ele é a representação de que é preciso terminar para começar de novo, mostra que a vida continua, mas que é preciso querer mais, sem se esquecer do que se passou. Assim, e só assim, talvez continuaremos aprendendo. Sempre e sempre.