Texto publicado na Revista A Chance, dos amigos Matheus e Afonso!
Todos os anos, na época do carnaval, em Monlevade, é a mesma coisa. Muita gente viaja, outras pessoas seguem para as cidades vizinhas, uma parcela fica aqui mesmo, por conta do à toa... E fica no ar uma pergunta que nunca é calada: Por que não há carnaval na terra do francês?
Não sou eu quem vai tentar resolver essa questão. Mas vou dar alguns pitacos. Afinal, acredito que todos podem ganhar com a festa mais popular do Brasil. Inclusive Monlevade. Por que não? Além disso, penso que uma das formas mais interessantes, divertidas e funcionais para fomentar o carnaval é a criação de blocos.
O formato é simples e envolve a participação popular. Cada bairro poderia montar o seu e organizar um ponto de encontro onde o bloco pudesse se concentrar antes do desfile, que poderia ser até um outro ponto estratégico do bairro. Tudo, claro, com a maior segurança, seguindo o lema da diversão sempre responsável.
Em algumas cidades, como São João Del Rei, por exemplo, o carnaval é assim há mais de trinta anos e funciona muito bem. Um dos grupos mais conhecidos no carnaval de Minas, a Batucada, de Diamantina, também é uma variação de um bloco carnavalesco.
Os blocos fazem barulho, animam e garantem a folia. Não há bandas tocando em palcos, não há também tumulto. Cada dia, um ou mais bairros apresentam o seu bloco, cada qual com a sua bateria, suas fantasias e sua animação. Desta forma, todos participam da festa: turistas vindos de longe, moradores, visitantes de cidades vizinhas. Cada bloco tem o seu enredo e a bateria comanda a diversão tocando sambas, marchinhas e sucessos radiofônicos. Não tem erro: é sempre um sucesso.
Esse modelo de festa popular funciona por vários motivos. Vou citar alguns: A prefeitura dá o suporte de infra-estrutura, como decoração, disponibilização de banheiros químicos e o controle do trânsito. Assim, os gastos com o Carnaval são mínimos. Outro ponto positivo, é que ninguém quer ver lixo na porta de sua casa ou briga. Por isso, a festa seria limpa e sem tumultos, já que os blocos iriam sair dos bairros. Ainda um terceiro fator, seria a participação dos donos de bares e restaurantes que poderiam fomentar os blocos, participando da concentração e ajudando na organização.
Fico imaginando um bloco do bairro Republica, concentrando num sábado de carnaval, a partir das 14h, em frente ao Boti Peixadas, por exemplo. Às 18, o bloco desceria a avenida Castelo Branco, com toda a sua animação. Os moradores chegariam às sacadas, brincando com serpentina e confetes. Uma bateria daria o ritmo, até a dispersão, na Praça Onofre Ambrósio.
Depois, cada qual seguiria para suas casas. Outros bairros fariam o mesmo, em outros dias de festa, com os bares famosos da cidade servindo de ponto de concentração: Yuris Bar, no Mangabeiras, o Pé-de Porco, no Santa Bárbara, o Sucupira, na área central, o Sabor da Vila, no Vila Tanque e assim por diante.
De toda forma, a idéia dos blocos seria uma opção de carnaval em Monlevade. Com o passar dos anos, a festa se tornaria tradição e a cidade só teria a ganhar. E então, quem compra a idéia?