É preciso um conjunto de experiências, vivências e histórias para que a memória seja constituída. Não há memorialismo sem saudade. E só se sente saudade daquilo que um dia deixou marcas, daquilo que seja motivo de recordações. Como bem disse o escritor Rubem Alves, uma vez “perdido o rosto, só ficou o perfume... Foi-se o objeto, mas o seu vazio ficou. Pois, o vazio nunca é vazio, pura e simplesmente, é sempre vazio de algo. Isso, que tem o nome de saudade". Dessa forma, a rememoração está ligada ao preenchimento de lacunas.
O jovem monlevadense não viveu na Cidade Alta. Não preciso repetir. Além das fotografias antigas, das histórias contadas por pais e avós, nunca existiu vida além do muro do morro do Geo para os mais jovens. Eles não conheceram a cidade que acabou e, por isso, não podem sentir falta dela.
Assim, como não têm a vivência, como não andaram na rua Tamoios e nem na rua Tabajara; como não frequentaram os bailes do Grêmio, nem do União Operária; como não paqueraram na Praça do Mercado, muito menos estudaram no Colégio Estadual, nem escutaram o flautista do morro; nem fizeram compra no Geo; para quem desconhece que o Cassino foi um hotel que recebeu figuras importantes e, para quem Cônego Higino é só nome de um colégio no Aclimação, para esses, essa cidade antiga não faz o menor sentido.
Isso significa que ela vai, um dia, também acabar. Quando os guardiões dessa memória não estiverem mais aqui para compartilhá-la, quando não houver mais registros dessa época passada, a juventude de hoje não vai manter viva essa cidade. E isso é serio: em trinta anos, no máximo, ninguém mais vai falar ou acreditar que já existiu uma Monlevade nos arredores da Usina. Esse será mesmo o fim do passado.
Por isso, vejo a necessidade de Monlevade dar mais atenção ao seu memorialismo. É necessário um grande projeto, não de resgate, mas de preservação da memória e da cultura local, se um dia quiserem ainda ouvir falar da Cidade Alta, suas ruas, sua praça e suas histórias. É necessário entender que a cidade tem um laço, de aço mesmo, com o seu passado. E, a cada dia, essa memória vai ficando cada vez mais distante, perdida entre palavras, nos causos que não são mais contados, nos ecos do passado. É preciso registrar, catalogar, filmar, gravar. Aproveitar os vivos, antes que sua memória também morra, antes que ela vá, aos poucos, indo embora pelo ralo do esquecimento.
O jovem monlevadense não viveu na Cidade Alta. Não preciso repetir. Além das fotografias antigas, das histórias contadas por pais e avós, nunca existiu vida além do muro do morro do Geo para os mais jovens. Eles não conheceram a cidade que acabou e, por isso, não podem sentir falta dela.
Assim, como não têm a vivência, como não andaram na rua Tamoios e nem na rua Tabajara; como não frequentaram os bailes do Grêmio, nem do União Operária; como não paqueraram na Praça do Mercado, muito menos estudaram no Colégio Estadual, nem escutaram o flautista do morro; nem fizeram compra no Geo; para quem desconhece que o Cassino foi um hotel que recebeu figuras importantes e, para quem Cônego Higino é só nome de um colégio no Aclimação, para esses, essa cidade antiga não faz o menor sentido.
Isso significa que ela vai, um dia, também acabar. Quando os guardiões dessa memória não estiverem mais aqui para compartilhá-la, quando não houver mais registros dessa época passada, a juventude de hoje não vai manter viva essa cidade. E isso é serio: em trinta anos, no máximo, ninguém mais vai falar ou acreditar que já existiu uma Monlevade nos arredores da Usina. Esse será mesmo o fim do passado.
Por isso, vejo a necessidade de Monlevade dar mais atenção ao seu memorialismo. É necessário um grande projeto, não de resgate, mas de preservação da memória e da cultura local, se um dia quiserem ainda ouvir falar da Cidade Alta, suas ruas, sua praça e suas histórias. É necessário entender que a cidade tem um laço, de aço mesmo, com o seu passado. E, a cada dia, essa memória vai ficando cada vez mais distante, perdida entre palavras, nos causos que não são mais contados, nos ecos do passado. É preciso registrar, catalogar, filmar, gravar. Aproveitar os vivos, antes que sua memória também morra, antes que ela vá, aos poucos, indo embora pelo ralo do esquecimento.
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