Maria Bethânia é minha rainha. É minha Dalva de Oliveira, é minha Janis Joplin. Adoro ouvir sua voz aveludada, sua textura carregada de sensualidade, como são as curvas de uma mulher a que se ama. Aprendi a amar Bethânia desde novo. Talvez, aos sete ou oito anos, quando ouvi no rádio do meu vizinho sapateiro "Nadico", Brincar de Viver. A voz da baiana está gravada em minha alma e sempre que fecho os olhos, escuto-a entoando cantigas infinitas.
Ela que começou cantando aos 17 anos, substituindo Nara Leão no palco do teatro Opinião, ela, que era a pequenina protegida pelo irmão Caetano e pelo poeta Vinícius de Moraes, ela que recita poemas como ninguém, ela que fala versos de Fernando Pessoa com a maestria de quem respira debaixo da água, ela que é simbolo do tropicalismo, ela que embala amantes em moteis de luxo ou de quinta categoria, ela que é divina! Salve Bethânia!
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