sexta-feira, 28 de maio de 2010

Memórias I


Começo a esboçar aqui, uma série de artigos sobre a memória em João Monlevade. São hipóteses, apenas isso. Mas acho interessante destacar a relação do monlevadense com o memorialismo. É algo muito forte e presente no cotidiano da cidade.
Há jornais como o Morro do Geo, do amigo Marcelo Melo que se propõe a resgatar a memória e a história da cidade; há fotografias do passado transformadas em baner’s e expostas no hipermercado; há também muitos artigos de professores e historiadores publicados em revistas e jornais; há o amigo Francisco de Paula (Barcelona) que coleciona fotografias e publicações diversas da cidade, há o também gente boa escritor Francisco Bernardino (Franber, do Real) que conta causos do passado da Usina, há as ações de resgate do Floresta Clube (em nome da memória do que o clube já foi um dia), há o centro de Cultura e Memória da ArcelorMittal, que preserva registros diversos da Usina de Monlevade, além do Circuito Histórico (composto pelo Cemitério, pelo Solar, pelo Centro de Cultura e Memória e pelo Museu do Ferro e Aço), há o acervo do Projeto Resgate da Memória, fomentado pela Acimon e, sobretudo, estão vivas nas pessoas, as histórias do passado recente da cidade.
E é isso que chama a minha atenção: Por que uma cidade de apenas 46 anos de fundação tem um memorialismo tão pulsante na artéria? Claro que não se pode descartar a chegada do francês Jean Antoine Felix Dissandes de Monlevade, há quase duzentos anos. Escrevi um romance histórico sobre a vida de Jean no Brasil, de sua chegada ao Rio de Janeiro em 1817 e sua morte, em 1872, mas não encontrei registros de sua chegada a essas terras. Acredito que tenha sido entre os anos de 1820 e 1822. Em 1827, além do casamento com Clara Sofia de Souza Coutinho, ele aumenta a produção da sua forja catalã com maquinário vindo da Inglaterra. Mas isso é assunto para outros artigos dessa série.
Bem, como o espaço finda, afirmo, seguramente, que o memorialismo do monlevadense é latente por causa da extinção do bairro Cidade Alta, de seus monumentos, suas praças e seus mercados. O fim daquela vida, a extinção de casas onde a maioria das pessoas com mais de 40 anos desta cidade passou a infância, é o gatilho para essa onda do resgate da memória municipal. Em outros artigos, sigo falando desta hipótese. Até.

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