O Circuito Histórico, elaborado e mantido pela ArcellorMital Monlevade é uma das principais referências à passagem de Jean Antoine Felix Dissandes de Monlevade nestas terras. E, é também, uma homenagem feita pela empresa ao empenho e empreendedorismo do pioneiro francês que chegou ao Brasil em 1817.
Compõem o roteiro: o Solar Monlevade, o Museu do Ferro e Aço, o Cemitério dos escravos e o Hotel Cassino. Cada um desses locais possui uma importância histórica e significativa para a memória monlevadense. O Solar dispensa apresentações. É a primeira construção do município, que serviu de moradia para Jean Félix Dissandes de Monlevade e sua família. O museu, que fica ao lado do Solar, abriga a replica da Forja Catalã, usada pelo francês para fundição do ferro, demais ferramentas e utensílios utilizados na fábrica que é o berço do progresso da região.
O Cemitério dos escravos que também abriga os restos mortais de Monlevade, de sua esposa Clara Coutinho, do engenheiro Louis Ensch, entre outros, é uma das principais características da visão progressista de Jean de Monlevade: numa época em que escravos eram atirados em valas rasas, ele constrói um cemitério para os seus. Inclusive, sendo enterrado junto deles. Por fim, o Hotel Cassino, que abrigou hóspedes e engenheiros ilustres que vieram trabalhar na implantação da Usina e hoje foi transformado em Centro de Cultura e Memória da Arcellor.
Fora o Hotel, construído nos anos 30, os outros elementos fazem uma referência ao passado centenário da cidade. Talvez sejam as únicas marcas para legitimar que essas terras possuem quase duzentos anos e são um marco na história da siderurgia nacional. Cada um deles tem uma trajetória importante e, portanto, são patrimônios municipais que devem ser respeitados como tal.
Em 2005, durante as comemorações dos 70 anos da Usina de Monlevade, a Arcellor, através de seu gerente geral da época, Gerson Menezes, decidiu investir nesse olhar memorialístico, como num mergulho de volta ás origens para chegar ao progresso. Isso porque a memória ilumina novos caminhos e, de fato, contribui para se entender o passado, para aceitar o presente e receber o futuro. Com a duplicação da capacidade de produção que se inicia, faz-se ainda mais necessário analisar essas referências no contexto do desenvolvimento: somos ou não somos uma cidade que foi projetada para o desenvolvimento? Reflitamos.
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